domingo, 5 de dezembro de 2010

Desvirginando (Festival de Poesias do Campo Limpo)


Tremi de emoção
Suei as mãos
Cabeça baixa
Coração latente

Queria esconder o rosto
Dentro daquelas folhas
Cadê meu chapéu?

Uma leitura  entredentes
Vencendo os medos
Entre os dedos

Olhos fixos
A cada linha
Com a coragem que vinha
Linha a linha
A voz vinha

Concluída a leitura
Me senti leve, pura
Com esta breve escritura

FESTIVAL DE POESIAS


A entrega da premiação aconteceu dia 04/12/10, Biblioteca
Marcos Rey, no Campo Limpo, Rua Anacê, 72.
Moçada, Biblioteca é pública,vão lá!

Professora Yara e seus alunos e alunas estavam lá, da escola
E.E. João Caly!
Diziam alguns: "é de professora assim que precisamos."
Que incentivem seus alunos a escrever, a participar, mas,
mais que isso, que os acompanhe.
Eles estavam radiantes. E nós, adultos? Felizes de vê-los ali, assim.
Cantaram, declamaram... Foi uma festa bonita.

Os Premiadores, o poeta Sr. Antonio Braga: WWW.bragaescritor.blogspot.com e também o
Binho: http://saraudobinho.blogspot.com/
A Coordenadora, Edilene, Henriqueta, Clodoaldo e muitos outros organizadores.
Edilene passou este site para anúncios:
http://www.vivercampolimpo.com.br/


Eu também tinha um motivo especial em estar ali com eles. Inscrevi uma poesia minha.
Primeira vez. Sabendo que a votação ocorre pela internet, amigos votam.
Então, já viu, né?! O samba do "crioulo doido" http://letras.terra.com.br/demonios-da-garoa/45443/ . Você manda a poesia para seus amigos, a família.
Aquela moçada que vai ler despretensiosa, sem críticas. E votam, ou não, ou só lêem.
Mas lá estava eu. Sem pretensão.
E para minha felicidade e surpresa, fiquei em 3lugar na categoria adulta.
Melhorando toda a festa, nos disseram que vão publicar nossa poesia.
Quer coisa melhor que isso?!
Obrigada pela oportunidade.

domingo, 28 de novembro de 2010

MORTE À MISÉRIA


De novo meu povo

A fome bate e nenhum ovo

Em coro o estômago ronca

Não adianta dar bronca

Eles nunca estarão aqui

Quando sua morte vir

E será neste céu infinito

Que num suspiro dará

Seu último grito.

sábado, 13 de novembro de 2010

CALOR


E no desejo de te consumir
Consumo-me, aprofundo
Nas entranhas, adentro
No pequeno momento
         No aurículo direito
         Na veia cava superior
         Corre
         E no desejo de te consumir
         Corre
Neurônios afoitos
Verás o coito?
Cerebelo, bulbo
E no desejo de te consumir
A cefaléia passa a existir
         E continua seu caminho
         Quilômetros. Sobe e desce
         Palpita a pupila
         Fonte, fronte
         E no desejo de te consumir
Pulsa no pelo, no dedo
No cotovelo, no seu selo
Até no seu cabelo
No fico, no bico
E no desejo de te consumir
O sangue: ir e vir.

domingo, 7 de novembro de 2010

PARTI_VIDA

Dor da morte
Da perda
Dor de ir
De nunca mais vir
Dor de não voltar p’essa Terra
E agora?
Nunca mais?
Palavra desgraçada essa
O que é nunca mais?
Nunca mais é nunca mais
Nunca mesmo
Depois de ir
Nunca mais te vê vir
Ir e vir
No molejo da Terra
Desgraçada
A Terra, não!
A palavra
Que tem poder
De me fazer sofrer
De me fazer ver
Que nunca mais
É muito longo
Que é pra sempre
Nunca mais Vou te ver
Na Terra que te Viu crescer
Estará debaixo dela
Ai que dor de te ver ir
De me ver
Vejo
Irmos, indo...
Nunca mais nos veremos
Palavra, Palavra, Palavra Poderosa
Como dói este nunca
Que vai se distanciando aos poucos
E de repente outro alguém Vai
E nos faz lembrar
Relembrar
De todos os nunca mais
Perdidos nessa Terra
Envolto a Ela
Choramos este
Aquele
Quem não conheces
Choramos tudo
Guardado
Fechado
Dento do peito
Choras vivo
Choras ido
Mas Sempre
Pensamentos
Vivos.
Festival de Poesias . com . br

domingo, 17 de outubro de 2010

Caminhada

Verde.
Paisagem.
Pássaros cantam minha alegria
Leve. Beleza
Sete cores profundas
Riscando o céu
Diagonais de chuva
Brilho nos olhares
Aplaudindo a natureza
 “é quando o vento sacode
A cabeleira...”
E passo a levitar
A beleza
Reativando energia

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mudar

No raiar do dia, abre-se ao longe um vasto campo de gramíneas e arboretos.
Neste inverno medonho as gotículas de água permanecem na relva formando um tapete esbranquiçado. As árvores, dispostas esparsamente, fazem o exército do campo, onde o verde é o general.
Ao passar do dia, a neblina fria deixa de existir, dando lugar à estrela reluzente da Terra: o Sol. Entrando sem pedir licença. Calorificando todos os espaços, invadindo as entranhas das robustas árvores, ouve-se
Calmamente seu espreguiçar. 
Tão cheias de vida, esperançosas do outono, ansiosas da primavera.
Assim, exalam o seu natural: o cheiro do mato.
O ciclo termina com o entardecer, e lá estarão elas: gramíneas, árvores, relva;
Esverdiantes de um novo amanhecer.

sábado, 9 de outubro de 2010

A Praça

A praça é bela
Ninguém é dela
Mais bela que ela
Só dentro dela
A praça é bela
Verde nela
Água jorra por ela
Bancos, carros, árvores,
Pessoas, placas, banheiros, faixas
Tudo dentro dela
Faltou o coreto, mas
Não te prometo
Por dentro dela
Passo por ela
Passas por ela
E não percebes beleza tão singela.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mamãe,

Você não tem noção o tanto de vontade que
Estou em ficar do seu lado.

Aqui dentro é legal.

Tenho tudo que você me dá.

E olha que você só me dá coisas boas.
Sorte a minha, não é?

Ainda bem que tenho você na minha vida, viu.

Olha só, estou percebendo também que a cada mês nasce algo dentro de mim.
To sabenndo que são meus órgãos.
É pra eu ficar fime e forte ao sair daqui.
Tô entendendo. rs

Então, sabe de uma coisa que adoro?
Quando você e o Papai me fazem carinho.
Sinto que tá um pouquinho longe a mão de vocês,
Mas percebo que fico todo quentinho.
Sabe o que parece?
Que entra uma luz aqui dentro.
Uma corrente de energia.
Sabe aqueles raios?
Sinto isso, mamãe.
Gosto quando falam comigo, ficam falando como eu vou ser.
Como é que vocês sabem, heim???

Acho o maior barato esse cordão aqui.
Dá vontade de pular corda.
Bom, já sei, daqui a pouco saio daqui, cresço e vou pular corda, brincar de tudoooo.

Por hora é isso, tá.
Pode ter certeza, eu prometo, quando você e o papai
Me tirarem daqui vamos fazer muita festa, muita bagunça.
Vamos sorrrir muito.

Beijinho em você, que é linda, e me ama sem me ver.
Bruna e Emanuela (vão nascer)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Infância

Lembro daquela casa em Barbacena.
Lá, pela manhã, ouvíamos uma rádio, o locutor se chamava BATATINHA... rsrs
Acordava cedo p/ir p/escola. Quantos anos eu tinha? Acho que era 5/6anos.
Meu pai na época fazia a mãe dele ir buscar cachaça no bar. Ela saia por uma porta e minha mãe nem percebia, pois permanecia na cozinha, ou lavando roupa.
Foi lá que meu irmão rachou a testa pela primeira vez... rsrs.
E também bebeu produto de limpeza.
Havia uma procissão naquele ano...
Acho que era em setembro.
E todas as casas colocavam na sua janela uma toalha bonita e, em cima, flores, plantas. Se chamava domingo de ramos.
As ruas ficavam cobertas de plantas e flores. E a procissão seguia, e as pessoas segurando o andor, a nossa senhora em cima, pessoas, rezas...
Era bonito.
A gente brincava de bater lata. Você pega uma lata pequena e esconde entre os arbustos, esconde no quintal da casa. Enquanto você tá escondendo, a pessoa que vai procurar está de costa para uma parede, com os olhos fechados e contando até? Depois é sair procurando, e quando você, digamos, está quase achando a lata, diz: tá quente, e quando está totalmente perdido, dizíamos: tá frio. Muito legal essa brincadeira.
Na nossa casa não havia TV.
E íamos assistir o jornal, lembro que era o Cid Moreira, mas nada sobre notícias daquela época me vem à memória. Lembro que a posição dele era à esquerda do vídeo.
Tínhamos fogão de lenha na cozinha.
Lembro que adorava quando minha avó, mãe do meu Pai, fazia cozido de arroz com feijão, era um tipo de sopinha. Como aquilo era gostoso.
Lembro o que aconteceu na vinda para casa num dia de aula.
Eu voltava com coleguinhas, e naquele dia eu estava morrendo de dor de barriga.
E tentava parar num local p/descarregar e nada dos meus amiguinhos me deixarem sozinha. Tentei mudar o caminho, passando pela linha de trem. Entrei dentro de um daqueles canos com diâmetros enormes, e lá vinha a molecada comigo. Que desespero. Cheguei em casa toda suja. Que vergonha. Segurei o quanto pude, mas não deu...
Lembro de outra casa. Quando fomos mudar para esta casa minha mãe teve que usar muito remédio para pulgas. Havia milhões de pulgas. A gente ficava brincando assim: colocava uma parte do braço entre a porta e tirava rapidinho. Nossa, o braço saía cheio de pulgas rssrsrs. Acho que tinha 6anos nessa época. Usávamos mini-saia e os homens usavam calça boca de sino. Minha mãe arrumava meu cabelo, prendendo bem no alto e colocava laços.
E comia arroz frito com óleo. Feito numa bacia de alumínio pequena. Que delícia.
Mas acho que nessa época estávamos noutra casa. Daquela casa pulguenta, mudamos.
Sei que nesta época estudei num local que era uma casa de 4comodos. Cada série num cômodo.
Estudei num colégio de freiras. Fui uma vez na casa das freiras. Eram cadeiras de madeiras enormes. Eu era tão pequenina naquela cadeira. Tomei chá e comi bolo. 
Na escola de freiras lembro que quando dava o sinal para o intervalo, o recreio, eu descia as escadas correndo para ir para fila e beber... Como se chamava? Mingau de fubá. Isso mesmo. Mingau de fubá doce servido num copo de plástico, rosa e azul, cores separadas para meninas e meninos. Como adorava aquele mingau.
Lembrei do arroz frito. Comi muito aquele arroz frito.
Naquela casa das pulgas, lembro que na época estava passando a primeira versão da novela “selva de pedras”, que tinha iniciado em abril de 1972, e íamos à casa da vizinha assistir. Tinha a Regina Duarte que foi presa. A Dina Sfat era malvada. Caracas, então eu tinha quase 7 anos? Me perdi no tempo agora, nas datas. Minha nossa!! Lembra de Rock And Roll Lullaby, BJ Tomas? Como a gente cantou esta música.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

PRA TI

Vida

Segundo, minuto, TEMPO
Sempre o tempo
Tempo de realizar
De ouvir
O tempo
É vida.
Coração leve
Pulsante
E o tempo
É o tempo que o tempo tem
Tempo, mim
Tempo si
Dó, ré, mi,
Música
É o som que o tempo tem
Tem de si, tem de mim
E eu
Eu e o tempo
Tempo que tenho
Que tens
Tempo que o tempo tem