quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ele e Ela



Ela era bem mais velha que ele, e ficaram juntos, deliciosamente, e ao acordarem certo dia, ele passa a rejeitá-la, correndo pra cá e pra lá, ela queria ficar com ele novamente, mais e mais, e lembrava das delícias das noite juntos, lembrava de cada parte daqueles momentos, e a estranheza da situação, dele fugindo, ficava, e ela não entendia, que a cada quase encontro, lá estava ele saindo correndo, hoje subia uma escada, amanhã, corria em outra, ela besuntava, tentava chegar perto, até parecia que ele...o que era, ele fazia uns gestos, movimentos que para ela eram ininteligíveis, e se perguntava o que dê ruim ou péssimo ela teria feito naquela noite, noites saborosas, e sabendo que para ele tinham sido “noites”, o que teria havido, sentia o gosto em sua boca, estava latente, queria mais, experimentava, depois de algum tempo, o frescor e o ardor, a dor do amor do momento, e pensava que até conseguirem chegar àquelas noites, passou bons momentos cercando, entendendo, conhecendo, analisando, sentindo, e pensava em todos os gerúndios, mas como entender aquele distanciamento, porque ele havia gostado, ele estava nos mesmos gerúndios de pensamentos, ele, por vezes, meneava a cabeça, olhava de soslaio, mordiscava os lábios carnudos, tudo para ela, e ela ia à loucura só de olhar esses gestos sorrateiros, eram fálicos no pensamento, e divagava ao tentar entender a sua correria, aquele sobre e desce, e os gestos do corpo, fugindo do quê ela se perguntava, e nalguns instantes em que olhava, parecia ele estar cuspindo, escarrando, não saberia ao certo dizer o que era, e nesse tempo que se passava, suas vidas tocavam, e quando numa manhã, num posto de saúde da região onde moravam, se encontraram, ela com dores nas mãos e ele... e ela na maior surpresa descobre que ele estava grávido de três meses, dela, fato que ele nunca pensara ou queria que acontecesse, e a cabeça dela, ao saber, girava, doía, quase enlouqueceu de felicidade e espanto, tudo junto, e acabou lembrando daqueles movimentos dele, daqueles gestos, então, entendeu que eram vômitos, ânsias, mas, e agora...




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A tristeza da alegria

De muita alegria
Da felicidade, ser feliz
E se acabar
De medir, e chegar ao fim
E nada encontrar
E a felicidade??
Ainda está!!!
De durar o tempo que durar
E que dura sempre dessa forma
Em doses
Que nos faz sentir
Calar
Emudecer
Sorrir
Sem perceber
Contente
E a mente, transparece
Na face
Sorrindo
 
Que mundo!!
Belo
Singelo
E vivo
Feliz
As vezes
Sem perceber
 
 
Música, Milton nascimento: "Mas quem se foi, no pensamento se foi..." (Antonio Plácido de Alencar)


Liberdade

 
A liberdade é.
Não se aprende...
Nem se estuda.
Se é!!
Se está liberto, está.
Vai e volta
A hora e quando se quer.


Movimento Cultural


Movimento de cultura estabelecido.
                       Tá pensando assim? Sei não.
                        Cultura.

Está curioso em saber o que tem de novo?
Ou de velho, mas que é novo, que é sempre atual, recorrente?
Estabelecido!
Estar estabelecido é pagar o que deve?
É cumprir o projeto regrado?
Olhar o seu umbigo?
Estar estabelecido é todo dia achar que não!!
É bater na mesma tecla.
É falar, é ligar, e no século 21, mandar email,
No facebook, e no Orkut, nas mídias.
E naquele bate-papo de mercado,
Que achava que não era nada.
É usar o seu blog.
É incessante.
É o ego do outro.
E o seu.
E se perguntar: Porque não veio ao teatro hoje?
Era de graça.
Está difundido aí, de várias formas.
No Sarau, na Leitura Dramática, no Ônibus,
E na Bicicloteca.
Está nas postesias,
E no buteco do Zé Batidão.
E lá na Vila do Fundão.
Está na periferia.
E você nem viu.
Então, para de reclamar
E sai do lugar.
Vai conhecer, se achegar.
E quem sabe, participar.
E você
Continua a reclamar, falar, cobrar,
Que não tem lugar
Pra estar.
Que não viu, nem assistiu.
É lá que acontece.
E precisamos estar antenado, ligado.
Nada terminado.
Tudo está para construir.
Pra não deixar passar o mundo que agora está.
É agora que acontece, não é manhã.
O ontem já foi.

domingo, 19 de agosto de 2012

A Casinha da Boneca

A boneca está pensando em dormir
Deixa os olhos semicerrados
Entreolha
Uma janela se fechou
                     A outra, mostra fios de luz entrando
Na sala
No quarto
Nos cômodos do dia e da vida
Busca pegar o Sol com a mão
E Ele
Esvaindo
Corre prá cá e prá lá
Estática
Quer o dia
E se inebria com o anoitecer
Que vai chegando
Ao som do fim do dia
E o cheiro do entardecer
Encobre
A boneca