A vida por
um fio... um rodapé!!
15/01/18
Nem sei
direito como to me sentindo. Pela manhã correu algumas lágrimas, o nó na
garganta foi grande. Mas em seguida, tinha que resolver as coisas e não podia
chorar.
E foi assim,
antes durante e depois...
Preocupação
em levar meu Tio pra fazer exame na Vila Carmosina, Ame, número 400. Exame que
fora marcado na sexta-feira, dia 12 de janeiro. Mamãe entendeu sábado a
noitinha que era longe, falou com Beto. Domingo falaram comigo. E toca achar
alguém pra levar, um Uber, preferência amigo.
Silvana,
amiga da Lídia foi conosco. Deixou-nos no número 400. Aqui, vale dizer, se
talvez tivéssemos olhado o documento com mais atenção iríamos ver que o número
do local era 177. Tava escrito lá embaixo, no rodapé.
Silvana já
tinha ido estacionar o carro quando percebemos, quando atendente nos informou e
este, disse que era perto, dava pra ir a pé. Começamos a conversar se dava pra
Geraldo ir andando ou não, isso, já caminhando pra rua em direção ao local
correto.
Estávamos andando
devagar e ainda pensando se íamos chamar a Silva, quando por volta de 6h55 para
um carro no meio fio rapidamente, sai um cara do carro com arma em punho, na
minha direção e pedindo celular e o que mais tinha. Entreguei as duas bolsas que
estavam comigo; e ele foi pra cima da minha mãe, ela se encolheu na parede, com
cara totalmente assustada e dizendo, aqui só tem remédios, nesse momento eu
disse entrega a bolsa, mãe, e o cara pediu de novo, e novamente ela disse que
tinha remédio; eu pedi calma e disse que só tinha remédio. Meu Tio estava
próximo a ela e assustado, querendo começar um choro. Ele entrou no carro me
olhando, e eu chamando minha mãe e tio pra entrarmos de novo no AME da Rua
Santa Marcelina. Muita gente gritando por ali, porque ele continuou o assalto.
E nós? Geraldo chorando, mãe querendo chorar e preocupada com Geraldo, e eu
preocupada com os Dois.
Estamos
Vivos, isso que importa.
Detalhe é
que nesse meio tempo avisei Silvana que o número era no 177, mas o eles já
tinham levado nossas coisas e Silvana tentando falar comigo. Quando chegou até
nós me mostrou que o assaltando tinha mandado uma msg pra ela do meu celular
perguntando onde ela estava. Nesse momento, Silvana também fica super assustada
pois acreditava que era eu que tinha enviado a msg. Fomos pro número correto e
tentar agilizar o exame pra dar conta de ligar pra polícia, cancelar celular,
cartão etc.
Ligamos pra
casa, falei com meu irmão, avisei. Várias ligações, usando o celular da mamãe,
que tinha ficado na bolsa dos remédios. Lá pelas 8?, acho, liguei pra casa e
Amanda me disse que a Polícia tinha ligado pro Beto e ja tinham prendidos os
assaltantes, eram dois, e que os pertences de todos estavam na delegacia. Era
pra todos nós irmos pra lá.
Nesse
momento eu estava na sala administrativa do Hospital Santa Marcelina e quis a
começa chorar, mas engoli o choro.
E pelas 8h30
começaram a chegar todos na delegacia. Mamãe e Geraldo consegui liberar e foram
pra casa.
Emoção a
flor da pele de uma moça que chorava, outros falando, contando como fora que
tinha sido, e cada um contando o seu momento.
Tudo começou
na quarta, dia 10/01, quando roubaram o carro Celta do José, trocaram a
placa... E nessa data os assaltos foram pelo ponto de ônibus, na calçada, na
porta de um bar, foram nove pessoas no total.
Todos demos
depoimento, tivemos que reconhecer os assaltantes através de um buraco uma
porta, onde estavam presos.
Eu não
conseguia lembrar o rosto dele, não conseguia lembrar que o carro era vermelho.
Ficou na cabeça o revolver, a cor cinza.
A mãe de um
deles estava lá, e eu e mais umas duas pessoas ficamos até comovidas com seu
choro, mas ninguém quis chegar mais perto, falar. O Pai e o irmão também
estavam lá, o irmão, de uns 13 anos, chorou, o pai, ao final, pegando pertences
do filho, contaram, que quebrou todinho o celular dele. O outro, não sei dizer
nada. Mas foi doloroso pensar naquela mãe ali chorando, mas também pensar nosso
pavor no momento do assalto, uma mistura de sentimentos.
Saímos da
delegacia umas dezesseis horas.
E o tempo
vai passando e gente vê como tudo pode acontecer num dia, numa hora, num
segundo, e tô aqui contando a história. Foi um dia muito longo, de muitos
questionamentos e de muita Gratidão à Vida, a Deus!!
Dora, que horror! Menina, a vida é mesmo por um fio, né? Como aquela cena do acidente na serra, que ficou passando na minha cabeça várias vezes. Horrível! Mas enfim, ainda não chegou nossa hora e por isso devemos aproveitar cada minuto. Bjs
ResponderExcluirSuzi